quarta-feira, junho 29, 2005

F1 EUA: rebote

Depois da paródia de GP ocorrida em Indianapolis dois domingos atrás, a Michelin declara que irá reembolsar o valor do ingresso dos espectadores e sugere oferecer 20.000 ingressos para o GP de 2006 como compensação pelo não-espetáculo que assistiram.

Desde o dia 18 eu tenho dito [e é o que creio] que a decisão tomada pela empresa de recomendar que os pilotos não disputassem a prova com aquele composto de pneus por motivos de segurança e a decisão das equipes de acatar a recomendação foi a mais acertada e nobre que vi em mais de 20 anos de sofá. Disseram tratar-se de golpe porque o mau desempenho dos pneus era incrivelmente acentuado em comparação com os da concorrente Bridgestone. Grande golpe, penso, quando se vê o desgaste enorme que a marca sofre desde então, quando se vê o prejuízo financeiro que sofrerá, quando se vê a possibilidade de ser banida da F1 e, pelo lado de equipes e pilotos, quando se vê abrirem mão da vantagem confortável que tinham na liderança por parte de uns e da possibilidade de conquistarem pontos importantes por parte de outros. Na minha tola concepção, golpe é quando se obtém algum tipo de vantagem, e não consigo ver onde está a vantagem até o momento. Penso no que teria acontecido em 1994 se tivessem tomado a mesma atitude após a morte de Roland Ratzenberger ou, antes disso ainda, a aterrissagem de cabeça de Rubens Barrichello - por si só um acidente muito mais grave do que o de Schumaquinho na curva 1 de Indianapolis. Mas, enfim, sou uma ingênua que acredita que nada vale o preço de uma vida.

[Ouvindo: Limahl - Never Ending Story - (3:27)]