sábado, julho 08, 2006

Tudo acontece em Elizabethtown

Tudo acontece em Elizabethtown é uma mistura de egotrip com road movie, daquelas que o personagem tem que sair de onde está para encontrar [ou descobrir] a si mesmo. É também a interpretação artística de uma passagem real na biografia do roteirista e diretor Cameron Crowe, recheada com uma trilha sonora [cd1 e cd 2] deliciosa - na verdade, é um daqueles filmes que a trilha sonora é mais legal que a história em si.

Orlando Bloom [que eu ficava imaginando o tempo todo substituído pelo John Cusak, ou mesmo pelo Edward Norton] faz um designer de sapatos que inventa um tênis que dá um prejuízo colossal à empresa nonde trabalha e de quebra leva um pé da namorada. Enquanto ele prepara seu seppuku [no lugar de uma tanto quebra o galho com uma faca modernosa de aço carbono], sua irmã avisa que o pai deles faleceu, e como irmão mais velho é sua responsabilidade buscar o corpo na cidadezinha natal nonde o pai passava as férias para a cremação, a tal da Elizabethtown. No vôo conhece a comissário-hippie-doidinha-psicóloga-de-butique Kirten Dunst, que vai promover a parte road movie mix de egotrip propriamente dita.

O filme vale pelas cenas niqui a Susan Sarandon aparece no papel de mãe do rapaz, a viúva tentando achar seu espaço no mundo sem o marido. Ela apenas ofusca todo mundo com um simples erguer de sobrancelhas, é incrível - e na cena do sapateado eu chorava de soluçar. Vale por ela e pelas músicas.