terça-feira, julho 04, 2006

Um passe de mágica

Menos de três horas foi o tempo que levei para ler as quase 200 páginas de Um passe de mágica [They do it with mirrors, 1952] de Agatha Christie, na versão pocket da LP&M [edição integral] e descobrir o assassino antes da metade. Ê!

Bem verdade que cheguei a duvidar da capacidade dedutiva de minhas células cinzentas num determinado ponto; cheguei a achar que ela usaria o mesmo expediente de Convite para um homicídio, mas o final confirmou minhas suspeitas [induzidas, confesso, muito mais pela leitura constante dos livros da autora do que pela análise fria dos indícios].

O que achei mais legal nesse livro foi a visão da autora sobre a política e a sociedade inglesa na época; assistencialismo e psicologia aplicados a delinqüentes juvenis provocaram comentários bem ácidos e, em alguns casos, ainda atuais mesmo passados mais de 50 anos.
"De nós duas, Carrie Louise sempre foi a que tinha ideais. Lógico que quando éramos moças isso estava na moda - todo mundo tinha ideais, ficava bem ter. Você queria cuidar de leprosos, Jane, e eu ia ser freira. A gente se cura dessas tolices."
* Curiosidade: na folha de catalogação consta o termo copirraite, que o Houaiss já aceita como aportuguesamento de copyright. Pode até ser gramaticalmente correto, mas ô bichinho esquisito!