terça-feira, junho 19, 2007

Me engana que eu gosto

Titia Batata tem mais de dez anos de Internet nas costas e já cometeu muitos erros nesse tempo todo. Por sorte, titia Batata também sempre teve quem ensinasse a evitar cometer os mesmos erros de novo outra vez, porque errar é humano mas errar duas vezes é burrice.

Uma das coisas que aprendi a fazer, sempre, foi checar a veracidade das informações recebidas, principalmente via e-mail. Internet é um veículo como a TV ou o rádio, então não é porque a pessoa "leu na Internet" que signifique que seja real.

O Google é a ferramenta que mais uso nesses casos, junto com os grupos de discussão e fóruns especializados que assino às pencas - mas geralmente só o Google já basta. É a coisa mais fácil do mundo digitar umas poucas palavras-chave ali na caixinha, teclar enter e aguardar os resultados.

Assim eu evito mandar email pra deus-e-o-mundo sobre o vírus do ursinho, as córneas que sobram num hospital num sei das quantas e que vão para o lixo, da garotinha desaparecida e/ou precisando de cliques para ganhar centavos da AOL ou Microsoft, o manifesto contra o projeto de lei que legaliza a corrupção no país, os indignados contra a internacionalização da Amazônia [que já pegou até jornalista do Estadão - tá certo que de coluna social, mas jornalista] e tantos outros que a criatividade inesgotável trata de prover sem parar e a preguiça inenarrável trata de propagar sem pesquisar a autenticidade antes.

O negócio é tão bem feitinho que um boato tem a capacidade de renascer de tempos em tempos, feito um Gremlin. O mais recente que recebi [hoje de manhã] foi esse do Jutahy Magalhães. A primeira vez que ele circulou foi em 2000, reapareceu em 2004 e agora dá as caras novamente, decerto provocado por conta do "momento político atual".

Essas mensagens boateiras são os hoax e é bem fácil identificar depois de ser enganado por meia dúzia delas:

. geralmente são escritas em tom alarmista com bastante exclamação [!!!] para provar que o negócio é sério - isso quando não ativam o CAPSLOCK E ESCREVEM TUDO EM MAIÚSCULAS;

. citam nomes de fontes confiáveis tipo Globo, Veja, Folha de SP, mas nunca um link que remeta ao site oficial - quando muito liga a um site oficioso;

. nunca fornecem informações precisas como data ou lugar, sempre é "ontem", "na semana passada", "onde Judas perdeu as botas";

. sempre mandam encaminhar para toda a lista de endereços de email.

Prejudica alguém? Alguns acham que não, só ocupa uns minutinhos para ler e [a] encaminhar ou [b] mandar pro lixo. Eu já penso diferente: informação incorreta acaba prejudicando alguma pessoa, sim, de um jeito ou de outro. No caso do Jutahy, por exemplo, não apenas ele ficou com a imagem queimada quanto o próprio Franklin Martins foi incomodado, tendo que publicar desmentidos pelo resto da vida, por causa dessa ressurreição fênix dos boatos.

Moral da história? Não acreditar em tudo o que lê, checar a veracidade do que lê, só encaminhar mensagens recebidas depois de confirmar a idoneidade da fonte e apenas para quem pode achá-la útil. Não dói nada e preserva a imagem de pessoa confiável que é.
;o)

Fontes interessantes:
E-farsas
Quatro Cantos

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