sábado, janeiro 28, 2006

Fruits Basket

Cada pessoa tem um jeito de lidar com seus piores sentimentos: medo, inveja, rejeição, raiva, baixa auto-estima, excesso de auto-estima... É mais ou menos disso que trata o anime Fruits Basket. O título deriva de uma brincadeira infantil japonesa niqui cada criança ganha o nome de uma fruta, explicado por cima no quinto episódio quando a protagonista Tohru Honda relembra que na sua vez ela foi chamada de niguiri - bolinho de arroz. Tem várias passagens, aliás, assim tristes: no primeiro e nos últimos, principalmente, eu chorava feito bezerro desmamado, embora o tom geral da história seja kawaii [uma tradução aproximada seria "bonitinho", mesmo sendo incompleto. Melhor definição é a de quem me emprestou o dvd cos 26 episódios: MFG, ou "Make You Feel Good", faz você se sentir bem]. Em todos os episódios ri de gargalhar, várias vezes.

Tohru é uma garota do primeiro colegial, órfã, que por uma série de reviravoltas vai morar na casa dos Sohma, uma família que carrega uma maldição: treze dos membros da família se transformam em um dos animais do horóscopo chinês se tocarem uma pessoa do sexo oposto. "Epa. Treze, tia Lu? Mas os signos são doze!" Yep, a saber: coelho, tigre, boi, rato, javali, cão, galo, macaco, carneiro, cavalo, serpente e dragão [os Juunichi ou Doze] - quando Kami-sama [Deus] deu uma festa no céu, todos os animais foram convidados e o gato era o mais ansioso para ir. No entanto, o rato o enganou e disse que seria no dia seguinte, por isso o gato perdeu a festa e não ganhou um ano no zodíaco. Em Fruits Basket o gato é Kyo Sohma e ele vive brigando com seu primo Yuki, o rato. Ele briga com todo mundo, na verdade, porque deseja fazer parte dos Juunichi mas não pode participar do círculo, embora também tenha a maldição.

É legal perceber que cada personagem apresenta as características do signo que representa: um dos meus favoritos, por exemplo, Shigure Sohma é hospitaleiro [é na casa dele que todos acabam indo morar ou permanecer, mais cedo ou mais tarde], é justo [é ele quem intervém por seus primos mais jovens perante o patriarca Akito Sohma], tem senso artístico [é escritor], e é difícil de entendê-lo - todas as características de um bom Cão. Por causa daquele probleminha mencionado no parágrafo de cima, a sexualidade de alguns dos Juunichi é ambígua; por ser um anime infantil a questão é tratada de forma leve mas a mensagem é bem clara: preconceito de jeito maneira.

O desenho foi ao ar no Japão em 2001. Atualmente, o mangá é editado no Brasil pela JBC [dá pra comprar na Banca2000].

Oi, e vale lembrar que amanhã começa o ano novo chinês e 2006 é o ano do Cão!