segunda-feira, janeiro 09, 2006

Muito Barulho Por Nada

Já que fechei 2005 com um dos meus Top Favoritos Foréva, nada mais justo do que abrir 2006 com outro TFF - e, melhor ainda, um que sempre me faz rir alucinada: Muito barulho por nada [Much Ado About Nothing, Inglaterra/1993], uma adaptação que Kenneth Branagh fez da comédia de Shakespeare. Branagh tinha uma compania teatral especializada em titio Shakes e acabou por adaptar outras peças dele para o cinema. Nessa época ele era casado com Emma Thompson e ambos formam o par central de Barulho como o solteirão convicto Benedick e a incisiva Beatrice - quase uma reedição de A Megera Domada; sim, neste caso tem também um casal secundário que, de certa forma, força a união de ambos: o Conde Cláudio [Robert Sean Leonard, o sumido] e a prima de Beatrice, Hero [Kate Beckinsale].

Logo numa das cenas iniciais já somos brindadas com o banho coletivo dos homens do príncipe D. Pedro de Aragão [Denzel Washington], que retorna de uma de suas batalhas e hospeda-se na vila de Leonato, pai de Hero e tio de Beatrice. Na comitiva do príncipe vem, além de Cláudio e Benedick, seu meio-irmão D. John [Keanu Reeves, indicado ao Framboesa de Ouro por esse papel], uma reedição menos bem-sucedida do Iago de Othello.

O filme é classificado como uma comédia [a cena em que Benedick se descobre apaixonado por Beatrice - graças a uma enorme mãozinha de Cláudio e Leonato, orquestrados pelo Príncipe - é impagável, eu recomendo fazer xixi antes de assistir pra não correr o risco de se molhar de tanto rir. E as entradas de um amalucado Michael Keaton, jizuisamado?], mas tem também uma boa dose de drama e intriga política. Em certos momentos lembra um pouco Henry V [outro TFF], niqui o rei da Inglaterra vence a batalha de Agincourt mas pena mesmo é para conquistar a princesa Katherine, móde unificar os reinos da Inglaterra e da França.

O compositor e parceiro habitaul de Branagh, Patrick Doyle*, acaba por fazer uma ponta no filme como o músico Balthazar; a música final [Sigh no more, ladies] traz o versos que Beatrice declama na cena inicial:

Sigh no more, ladies, sigh nor more;
Men were deceivers ever;
One foot in sea and one on shore,
To one thing constant never;
Then sigh not so,
But let them go,
And be you blithe and bonny;
Converting all your sounds of woe
Into. Hey nonny, nonny.

Sing no more ditties, sing no mo,
Or dumps so dull and heavy;
The fraud of men was ever so,
Since summer first was leavy.
Then sigh not so,
But let them go,
And be you blithe and bonny,
Converting all your sounds of woe
Into. Hey, nonny, nonny.

* Pottermaníacos reconheceram o nome, decerto: Patrick Doyle substituiu John Williams na composição da trilha sonora de HP e o Cálice de Fogo. Aliás, em Barulho [assim como em Cruzada] temos dois professores de Defesa Contra as Artes das Trevas:
1. Kenneth Branagh - Gilderoy Lockhart de HP e a Câmara Secreta
2. Imelda Staunton - Dolores Umbridge de HP e a Ordem da Fênix

E mais Emma Thompson, que foi a Professora Sybil Trelawney [Adivinhação] de HP e o Prisioneiro de Azkaban.