Vai cantar que você ganha mais
Eu não ia falar nada. É época de festas, diz a minha voz interior que às vezes acredita na humanidade e tentava me impedir. Ninguém quer se preocupar com isso agora. Tá, respondi.
Mas não deu.
Folha: "O músico Paul McCartney pediu à população mundial que se converta ao vegetarianismo para salvar o planeta dos efeitos da mudança climática."
Claro. Se não conseguem nem fixar metas para um grupo de países cortar o uso de combustíveis fósseis, por que não convencer um mundo em que milhões morrem de fome a deixar de comer carne, não é?
Plantar grãos que substituem, a custo altíssimo, a proteína essencial provocando o desmatamento de áreas de reserva não é viável agora. Primeiro tem que se desenvolver variedades mais resistentes, mais nutritivas e que produzam mais em áreas menores. Depois tem que negociar o subsídio pra produção, investir em logística e transporte, silos para armazenagem e centros de distribuição.
Do jeito que a coisa é hoje em dia, grãos que precisarão ser transportados em caminhões e navios poluentes são vendidos a peso de ouro por causa da política de subsídio agrícola dos mesmos países que não concordam com as metas de emissão de carbono.
A intenção de Sir Paul e outros pode ser até boa, mas a mim soa como alguém que está confortavelmente sentado no sofá de sua mansão aquecida com combustível mineral ou fóssil na hora do chá, entre uma refeição e outra. Ou, relembrando Melville:
"Of all the preposterous assumptions of humanity, nothing exceeds the criticisms made of the habits of the poor by the well-housed, well-warmed, and well-fed." Herman Melville.
De todas as absurdas suposições da humanidade, nada excede as críticas feitas aos hábitos dos pobres feitas pelos que têm boa moradia, estão bem aquecidos e bem alimentados.
Mas não deu.
Folha: "O músico Paul McCartney pediu à população mundial que se converta ao vegetarianismo para salvar o planeta dos efeitos da mudança climática."
Claro. Se não conseguem nem fixar metas para um grupo de países cortar o uso de combustíveis fósseis, por que não convencer um mundo em que milhões morrem de fome a deixar de comer carne, não é?
Plantar grãos que substituem, a custo altíssimo, a proteína essencial provocando o desmatamento de áreas de reserva não é viável agora. Primeiro tem que se desenvolver variedades mais resistentes, mais nutritivas e que produzam mais em áreas menores. Depois tem que negociar o subsídio pra produção, investir em logística e transporte, silos para armazenagem e centros de distribuição.
Do jeito que a coisa é hoje em dia, grãos que precisarão ser transportados em caminhões e navios poluentes são vendidos a peso de ouro por causa da política de subsídio agrícola dos mesmos países que não concordam com as metas de emissão de carbono.
A intenção de Sir Paul e outros pode ser até boa, mas a mim soa como alguém que está confortavelmente sentado no sofá de sua mansão aquecida com combustível mineral ou fóssil na hora do chá, entre uma refeição e outra. Ou, relembrando Melville:
"Of all the preposterous assumptions of humanity, nothing exceeds the criticisms made of the habits of the poor by the well-housed, well-warmed, and well-fed." Herman Melville.
De todas as absurdas suposições da humanidade, nada excede as críticas feitas aos hábitos dos pobres feitas pelos que têm boa moradia, estão bem aquecidos e bem alimentados.
2 Comments:
Aí, querida Batatinha, você continua grande! Nunca trai a razão porque te escolhí como uma das blogueiras preferidas! Abraços!
luci, flor, beijão procê!
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