terça-feira, dezembro 04, 2007

Bobby

Prestenção nos sinais, diz Pablo Conejo. Titia Batata tem que confessar que é supersticiosa e acredita que as coisas vêm em pacotes de três. Com isso e mais o fato de que japonês acha que número par não dá sorte, resolvi comentar o que achei do filme Bobby depois de ler resenhas [muito melhores do que a que vem a seguir, diga-se de passagem] em dois blogues amigos.

O diretor, roteirista e ator Emilio Estevez é filho do também ator Martin Sheen mas, ao contrário de seu irmão Charlie, optou por não usar o sobrenome famoso do pai quando entrou para a indústria do cinema. Na minha modesta opinião, isso já dá bem uma mostra de caráter ético do moço, que preferiu ser reconhecido por suas qualidades próprias e, por outro lado, não ser cobrado por ser filho de quem é quando apresentasse seus defeitos particulares também.

Esta foi uma opção que o senador Robert Keneddy não teve, quando se lançou candidato à Presidência dos EUA. Irmão mais novo do clã que pretendia ser a nova Camelot, considerado o patinho feio da família que gerou o mito John Kennedy, ele professava ideiais utópicos mesmo para a época em que os hippies protestavam contra a Guerra no Vietnã.

O que Emilio Estevez fez, quase 40 anos depois, foi tentar mostrar como esses ideais, utópicos ou não, ainda são atuais e desejáveis num mundo em que o conceito de "democracia" é confundido, muitas vezes, com a ditadura esclarecida. São personagens tipicamente americanos? Sem dúvida. Realidade distante da brasileira? Ô. Mas dá pra dizer, honestamente, que isso não nos atinge a todos?
Isso não diz respeito a nenhuma raça em particular. As vítimas da violência são negros e brancos, ricos e pobres, jovens e velhos, famosos e desconhecidos. São, acima de tudo, seres humanos que foram amados por outros seres humanos, os quais necessitavam deles. Ninguém, não importa onde viva ou o que faça, pode certificar quem será a próxima vítima de derramamento de sangue sem sentido. E isso continua sem parar no nosso país.

Trecho de discurso traduzido por Fernando Baia, do blogue Clareando Idéias. Original em inglês aqui.

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