segunda-feira, julho 23, 2007

Seqüestro telefônico

Interrompemos nossa programação normal para um pequeno serviço de utilidade pública.

A maioria dos jornais [TV, rádio, papel, Internet] já comentou sobre ligações telefônicas supostamente de alguma familiar próximo que foi seqüestrado, pedindo dinheiro para ser libertado. O rapaz/homem chora no telefone e fala pouco, apenas umas frases bem-escolhidas para afetar emocionalmente a pessoa do outro lado da linha. Se quem atendeu for mulher, chama de mãe, por exemplo, e diz que é "seu filho". Geralmente a voz da vítima é masculina porque a ligação é feita por bandidos já encarcerados, usando celular com a opção de ocultar o número ativada. No BINA aparece como ID suprimido ou 1111111.

A polícia recomenda apenas não atender essas ligações ou desligar quando perceber o que está acontecendo. Eles nem abrem B.O. porque dizem que é impossível de rastrear. Também dizem pra não identificar certos números na agenda do celular com as palavras "pai", "mãe", "casa", etc., caso o aparelho seja perdido ou roubado. Em alguns casos, a pessoa recebe ligação de alguém dizendo ser da operadora, que estão fazendo manutenção ou outra coisa assim e que o cidadão deve desligar o celular ou digitar uma seqüência de teclas para ganhar algum prêmio ou crédito. Não faça isso. Nenhuma operadora liga individualmente pra cada usuário e não existe almoço grátis.

Titia Batata acrescenta algumas idéias que podem ser úteis ou não, vai de cada um.

DON'T PANIC. É o mais importante e o mais difícil de seguir, não entrar em pânico. A pessoa que se apavora acaba fornecendo mais munição pro bandido, seja na confiança de que ele vai conseguir arrancar dinheiro da vítima, seja passando informações que ele vai usar pra reforçar o golpe. Por exemplo, quando o bandido que se finge de seqüestrado diz "me pegaram, mãe, sou eu, mãe, seu filho", a pessoa desesperada diz "Fulano? Quem pegou você, Fulano?". É arma pro meliante.

Manter um celular sobressalente em casa, para ligar pra polícia ou pro suposto seqüestrado. Com os preços dos aparelhos e dos planos básicos dá pra se dar esse pequeno conforto. De preferência com a bateria carregada.

Filhos: ligar de vez em quando pra família, pra eles se acostumarem com a sua voz no telefone. Manter o hábito de dizer onde vai, com quem e a que horas pretende voltar. Não dói nada. Se possível, deixar o número de outra pessoa que esteja junto. A não ser em casos extremos de mãe castradora, ninguém vai ligar de 5 em 5 minutos pra saber o que está fazendo.

Alguém pode fazer muxoxo e comentar "ah, é fácil pra ela dizer...", e eu vos direi "ora, ouvir estrelas!". Não é fácil, não. É experiência.

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