sexta-feira, setembro 08, 2006

Memórias de uma gueixa

poster do filme memorias de uma gueixaQuando dei minha opinião [pessoal] sobre o livro Memórias de uma gueixa, de Arthur Golden, alguns questionaram como eu podia indicar a leitura mesmo depois de tudo o que disse. Exatamente por isso! Ninguém deveria se abster de ler/assistir/ouvir algo porque outro não gostou. [Tá, exceto a banda calypso, mas isso já é outra história.] O que eu quis dizer e talvez não tenha me expressado bem é que o livro não reflete a realidade das gueixas e devia ser lido como obra de ficção, como entretenimento. Igual quinem o Código Da Vinci: uma isca para atrair a atenção. Quem quiser ler a verdade busca, pesquisa em outras fontes depois. Aquilo é ficção.

Já o filme Memórias de uma gueixa [Memoirs of a geisha, EUA/2005] achei mais difícil de aceitar ca mesma facilidade. Se fosse fiel ao livro já seria irreal; do jeito que o roteirista entendeu, então, ficou ainda mais longe da realidade. A linha que divide gueixas de protitutas desapareceu: na visão do diretor Rob Marshall, a diferença é o preço de cada uma. Também quase excluiu a tensão entre Chyio [Suzuka Ohgo, fantástica, e Zhang Ziyi - na fase adulta] e Hatsumomo [Gong Li], que era o ponto forte do livro. O filme ficou meio que sem uma razão de existir. É bonito, sim, tanto que levou prêmios de fotografia e direção de arte. A música de John Williams é uma delícia, violinos de Itzhak Perlman e violoncelos de Yo-Yo-Ma e taikos e shakuhachi [flauta de bambu tradicional japonesa].

Se serve ao menos de entretenimento? Acho que sim - principalmente porque traz Ken Watanabe da metade do filme pra frente.