quarta-feira, junho 01, 2005

Replay 2*

* Porque eu quis. O dia ainda foi de cão, estou com uma contratura muscular na coxa gerada pela tensão *e* com TPM.

Jasão e o Velo de Ouro

Jasão era um menino quando seu meio-tio Pélias usurpou o trono de Éson, rei de Iolco, pai de Jasão e meio-irmão de Pélias [v.2 diz que Pélias era o tutor legal de Jasão e deveria entregar o trono quando o pirralho atingisse a maioridade]. Aconteceu que, como todo rei, Pélias solicitou a um oráculo a previsão de seu futuro. Uma profecia dizia que se não chovesse faria sol e aquele cuja sandália se perdeu seria o causador da queda de Pélias, que se pelou todo de medo de perder a boquinha e, assim que Jasão reinvidicou décimo-terceiro salário, férias anuais e o trono de volta, despachou-o numa Missão Impossível: resgatar o Velocino de Ouro do dragão que o guardava na Cólquida, reino vizinho governado por Eestes, pai de Medéia.

Eestes, apesar de criar uma poderosa feiticeira, era um bom homem - para os padrões gregos. Ele concordou em entregar-lhe o velo se Jasão arasse o campo com dois bois de patas de bronze que respiravam fogo e ali semeasse os dentes de dragão que originariam guerreiros destinados a matar o agricultor. Moleza para um cara que viajou num navio na companhia de heróis como Hércules, Castor e Pólux, Orfeu, o pai de Aquiles, Peleu, e no caminho enfrentou as amazonas, as Harpias e as rochas que esmagam navios. Não, não eram os Detonautas. Não, nem os Internautas. Eram Os The Argonautas!

Jasão era um sujeito fuçado e quando menos se esperava convenceu Medéia a ajudá-lo a cumprir as tarefas. Medéia cobriu-lhe o corpo com um ungüento anti-fogo [e de quebra aproveitou pra tirar uma casquinha, que era bruxa mas não era santa] e ensinou-lhe a derrotar os guerreiros do dragão. Obviamente vem daí o ditado "por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher". E também obviamente Jasão cumpriu suas tarefas e, com o velo na mão, voltou a Iolco para reclamar seu [dele] trono. Oh, e teve que se casar com Medéia e levá-la junto.

Medéia era um bruxa, isso foi dito antes, mas era assim muito gente a nível de ser humano, saca? Com todos os defeitos que isso implique, incluindo rancor, ódio e desejo de vingança. Apois. Ao chegar em Iolco procurou as filhas de Pélias, que muito o amavam, e disse que poderia devolver ao velho caquético o frescor da mocidade. Para comprovar, colocou num caldeirão [estanho nº 15] algumas ervas e um carneiro em pedaços. Ferveu e ferveu e ferveu - e, em vez de um ensopado suculento, como bem podia ser - retirou do caldeirão um cordeiro vivíssimo e recém-nascido. As filhas de Pélias, felicíssimas e um pouco obtusas, correram a cortar seu pai em pedaços tantos que coubessem num caldeirão. Levaram um bom tempo até descobrir que não ia funcionar.

Com uma mulher assim Jasão não teve outra saída e fugiu para Corinto. Lá, caiu de amores pela filha do rei [vem cá, esse Jasão era dado a um golpe do baú, hein?]. Medéia fez o que qualquer mulher moderna, psicanalisada, independente e segura de si faria: enviou um vestido de presente pra sirigaita, ops, Gláucia, a filha do rei. Quando vestiu a linda roupa [tinha que ser linda: tanto Médéia quanto Gláucia eram filhas de reis, acostumadas ao do bom e do melhor] um encanto fez com que o tecido colasse em sua pele, provocando dores terríveis [eu sei que está pensando no Hércules; eu também lembrei]. Ao tentar salvá-la, o rei de Corinto morreu junto com a filha.

Jasão voltou para governar Iolco [finalmente] e Medéia fugiu para o céu, depois de matar os filhos que teve com o irresponsável.

[Marcelo, eu tou igual quinem o monstrinho da anuidade, das propagandas da Caixa Federal: tudo o que não tiver referência em contrário é méu, méu, tudo méu.]
;o)