sábado, outubro 11, 2003

Os Mundos de Crestomanci

Graças a uma indicação da Bruna, conheci [e li] os três primeiros livros da série Os Mundos de Crestomanci [Chrestomanci Series, de Diana Wynne Jones]: Vida Encantada [Charmed Life], As vidas de Christopher Chant [The Lives Of Crhistopher Chant] e Os Mágicos de Caprona [The Magicians Of Caprona].

Quando li os primeiros parágrafos de Vida Encantada pensei "hm, estilo bem infanto-juvenil de escrever". Da metade pra frente até o último ponto do terceiro livro isso tudo foi varrido da mente: as histórias absorveram toda a atenção.

Crestomanci é, na verdade, um cargo - como primeiro-ministro ou CEO de uma série de mundos. Para entender melhor até seria mais indicado ler primeiro o segundo, Vidas de Christopher Chant, que se passa 25 anos antes do Vida Encantada e conta a história do atual Crestomanci [o próprio Christopher] quando criança. Segundo o que entendi ;o), existem doze séries de nove mundos paralelos. Cada pessoa tem, portanto, um duplo em cada mundo na sua série. Estes duplos não são réplicas perfeitas: têm personalidades e realidades diferentes, nomes diferentes, apenas fisicamente são idênticos. Alguns mundos são mágicos, outros não - e a História também tem suas diferenças entre um mundo e outro [e a Matemática, a Física, a Química...]. Assim, Napoleão pode ter vencido ou perdido a mesma batalha conforme o mundo estudado.

Massssss algumas pessoas no mundo mágico não tiveram suas almas-vidas separadas: as nove estão num só corpo num só mundo, o que os torna quase gatos. ;oD
Esses magos de nove vidas são os que podem se tornar Crestomancis, magos que deverão controlar o uso da magia para que não seja utilizada de forma volúvel ou prejudique não-magos. [Se Samantha Stevens vivesse nesse mundo estaria perdida: nada de mágica para limpar a casa, lavar os pratos, nada disso...]

Em Vida Encantada um fenômeno curioso acontece [estou me roendo pra contar mas não sei se devo... uél, se não quiser saber o que é pule esta parte]
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A vida de Gwendolen que é irmã de Eric 'Gato' Chant foge para o mundo seguinte na série, onde seu duplo é uma rainha [a autora só esqueceu de contar o que acontece com o duplo que estava lá, mas imagino que tenha ido outra pra frente também]. No vácuo criado pela sua ausência, o duplo que estava no mundo anterior é sugado para o mundo de Crestomanci. Esta vida tem outro nome [Janet] e não vem de um mundo mágico, então tudo o que é normal neste mundo para ela soa fantástico. Não tenho certeza, mas acho que em Star Trek tinha algo parecido, ou foi em algum Batman...? O caso é que a idéia faz sentido.
;o)
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Já os Magos de Caprona achei o mais fraquinho da série. Nos dois primeiros Christopher Chant era o personagem que unia e dava sentido à história. Em Caprona mal dá para saber se o Crestomanci ainda é ele. Mesmo assim, o enredo a la Romeu e Julieta acaba cativando quem tem coração rrrrrrrrrrrrrrrromântico.
;o)

Dificilmente poderia ser comparado à série Harry Potter, acho, exceto talvez no Vida Encantada quando alguns magos evitavam pronunciar a palavra Crestomanci e o chamavam de Você-Sabe-Quem. Tirando isso, é uma ótima ficção para crianças e adultos que insistem em acreditar em magia.
:o)

Mal posso esperar pelo quarto livro...