sexta-feira, agosto 17, 2007

Katsuobushi

Pra uma descendente de japas até que não sou muito chegada em peixe. Não dispenso salmão, é verdade, e prefiro aqueles sem muita espinha ou com espinhas grandes fáceis de tirar [da última vez que fui de sardinha fiquei com uma entalada durante quase uma semana]; se não tiver aquele cheiro de peixe, então, melhor ainda! Mas, por outro lado, também não dispenso o dashi [caldo de peixe usado na base de sopas e outros pratos típicos] e adoro o katsuobushi. Minha sorte é que mais ninguém na família gosta taaanto dele, assim sobra mais pra mim.

Katsuo é o bonito em japonês. O peixe é cozido, fermentado, defumado e desidratado até ficar rijo como um pedaço de pau madeira. Com um laminador igual a plaina ou um fatiador de batata, são tiradas lascas extra-super-megafinas da espessura da casca de cebola, aquela que fica mais próxima da primeira camada da cebola. O perfume do defumado e o sabor adocicado ficam ótimos em cima do shiro gohan [arroz cozido só na água, sem refogar], mas o mais legal é que, por ser muito fininho, essa casquinha começa a enrolar com o vapor. Às vezes dá até a impressão que são bichinhos vivos dançando no prato [v. vídeo no Iuiutúbi]. E só deixa um fundinho de sabor de peixe no final, nada daquele gosto metálico.

Infelizmente eu nunca pude experimentar katsuobushi feito na hora, com as raspas largas iguais às do vídeo, só de pacotinho mesmo. Em cima de quase tudo.

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