HP & GoF
*** Versão sem spoilers dos livros posteriores. A versão com informações dos livros 5 e 6 está na Cozinha. ***
Se Harry Potter fosse judeu em vez de bruxo, "O Cálice de Fogo" [Harry Potter and the Goblet of Fire, EUA/2005] seria seu bar-mitzvá. Ou, como diz Hermione Granger: "as coisas irão mudar, não é?". Ié, nada mais será o mesmo depois de CdF. Primeiro porque inicia a série de mortes de pessoas próximas dos leitores - claro, houve mortes nos primeiros livros, mas elas aconteceram antes dos fatos narrados em cada um. Conheço gente que detestou o quarto filme caus que esperava algo no estilo dos dois dirigidos por Chris Columbus, mais inocentes e coloridos - e se tem algo que CdF não é é inocente. E nem colorido: o tom geral é mais sombrio, seguindo a linha iniciada por Alfonso Cuarón no "Prisioneiro de Azkaban". E se inda havia alguma dúvida sobre o pano de fundo anti-nazi, a presença de um Barty Crouch fisicamente clonado de Hitler acaba com ela. Só me fica um pouco de dúvida sobre o público-alvo de Mike Newell: os não-iniciados não vão entender algumas citações soltas, e os aficcionados sentirão falta de muitas outras.
Mas o filme, aaaah, o filme! Tive que assistir duas vezes: na primeira uma lesma lerda chegou atrasada à sessão e ficou longos minutos procurando lugar... na minha frente!! Não contente e satisfeita por estragar minha visão de dois lindos Malfoys, ainda teve a pachorra de levantar e procurar outro lugar na cena da doninha albina. Argh! Vontade de mandar um Cruciatus nela! Como era suposto eu apreciar adequadamente o herdeiro de 900 milhões de qualquer-coisa com uma verme-cego plantada na minha frente?
A cena inicial acontece na mansão do pai de Tom Riddle, a cena em que o zelador surpreende a criatura que é o tio Voldie em reunião com Peter Pettigrew [Rabicho/Wormtail], Nagini [a serpente que o alimenta] e um Comensal da Morte até então desconhecido. Harry está com 14 anos na Toca, a residência dos Weasley, de onde partem todos para a charneca em companhia de Cedric Diggory e pai para a Copa do Mundo de Quadribol. A cena da chave de portal é exatamente como imaginei! E o acampamento, a tenda dos Weasley - a frase de Harry quando entrou na tenda resume tudo: "I love magic!" Fiquei triste porque a parte do quadribol foi muito pequeninha, era uma das minhas favoritas.
Aliás, perceberam que só deu apanhadores no filme? Dos quatro competidores do Torneio TriBruxo, pelo menos três são seekers: Harry, Cedric e Krum; sem contar Cho Chang e Draco Malfoy. Não sei se a Fleur joga quadribol - deve ter medo de quebrar as unhas...
Já em Hogwarts, adorei a chegada da comitiva de Durmstrang, navio *e* entrada no Salão Principal: a demonstração explícita de força, o Viktor Krum, a capoeira, o Viktor Krum, a cara de louco do Karkaroff, o Viktor Krum e... ah, eu mencionei o Viktor Krum? Ele pode não primar pela excelência intelectual, mas que fofo ele paquerando a Hermione, justamente uma devoradora de livros. A entrada de Beauxbatons, acho que já comentei antes, foi muito "coreografia de domingão do faustão" pro meu gosto. Uma coisa toscolina. Outra façanha de Newel foi humanizar Argus Filch, o squib [acho o "aborto" da Read Wyler tão cruel...] zelador da escola: naquela parte em que ele entra correndo e interrompe o discurso do diretor Dumbledore deu quase umas ternuras ni mim. E o canhão disparado sempre no momento errado... Esse foi o filme de Filch, e também o da Professora Minerva McGonagall. A aula de dança foi hilária! Só senti falta [só, hah. principalmente, na verdade] do Professor Severus Snape. Ele teve exatas três falas, eu contei. Teve também algumas cenas sem linhas - a do Salão de Estudos, quando um dos gêmeos mostra ao Ron como convidar uma garota para o baile, me fez chorar de rir! E o Ron, bem... Ron ainda tem a profundidade emocional de uma colher de chá e a sensibilidade de um legume, mas desta vez Hermione não acha muita graça nisso.
Agora que eles estão naquela fase linda dos 14 anos, então, a questão meninos & meninas foi um dos focos principais. Numa das listas de discussão nonde participo [não de HP], um garoto perguntou: "sim, como se supõe que a gente as convide para o baile se elas só andam em bando?" Mas as garotas também não os compreendem; na cena ni qui Harry e Ron fazem as pazes depois da tarefa do dragão, Hermione, Ginny e Angelina se entreolham e suspiram: "meninos".
O Torneio TriBruxo, aaaah, o Torneio TriBruxo! As tarefas ficaram igualzinho o que imaginei [menos o feitiço cabeça-de-bolha da Fleur e do Cedric na prova do Lago Negro]. No que a Bruna chamou de "Cedric-moment eu chorei, nas duas vezes. [E na segunda cantei junto a "Do the hippogriff" no Yule Ball.]
Das coisas que senti falta
Weasleys
Das várias coisas que eu senti falta no filme, os irmãos Weasley mais velhos eram os que eu mais queria ver.
Bill [Gui] é o desfazedor de feitiços do Banco Gringotes no Egito, o de cabelo comprido num rabo de cavalo e brinco de dente de [dragão? não lembro direito].
Charlie [Carlinhos] é o treinador de dragões que trabalha na Romênia, e deveria ter aparecido na cena em que Hagrid mostra a Harry sua primeira tarefa no Torneio Tribruxo.
Para o Charlie eu acho perfeito o Tony Curran [que é escocês, não inglês... mas serve, né?]. Ele fez o Homem Invisível da "Liga dos Cavaleiros Extraordinários" [não ajudou muito, eu sei]; o padre em "Blade 2" e tem um papel no "Beowulf & Grendel", que inda não estreou mas já tá na minha lista. A foto é do filme "O Vôo da Fênix", co Dennis Quaid. E ele é ruivo natural, até os cílios são ruivos. *pisc pisc*
Albus Dumbledore
"Hein? Comãssim? O diretor de Hogwarts está no filme!"
Nah, quem está no filme é Sir Michael Gambon. Ele pode até ser um ator fenomenal e coisa e tal, mas não é Dumbledore. Capaz até que seja um Comensal da Morte que tomou Poção Polissuco que esteja no lugar dele.
O Dumbledore verdadeiro é docemente patético, um professor que ensina bons valores sem deixar de apreciar uma boa brincadeira. Ele não grita e quando fala, suavemente porém com firmeza, todos param de falar para ouvi-lo, sem precisar apelar para o feitiço de amplificar a voz e nunca seria tão duro como na cena do sorteio do Cálice de Fogo, quando chegou muito muito perto de agredir Harry.
A gente sente o poder e a inteligência que o Dumbledore verdadeiro tenta ocultar, num estilo low profile. No filme anterior, o primeiro niqui Michael Gambon substituiu o falecido Richard Harris, não dava para perceber tanto a diferença, mas em GoF errou a mão feio...
Dark and Difficult times lie ahead, Harry. Now is the time that we must choose between what is right, and what is easy.
Se Harry Potter fosse judeu em vez de bruxo, "O Cálice de Fogo" [Harry Potter and the Goblet of Fire, EUA/2005] seria seu bar-mitzvá. Ou, como diz Hermione Granger: "as coisas irão mudar, não é?". Ié, nada mais será o mesmo depois de CdF. Primeiro porque inicia a série de mortes de pessoas próximas dos leitores - claro, houve mortes nos primeiros livros, mas elas aconteceram antes dos fatos narrados em cada um. Conheço gente que detestou o quarto filme caus que esperava algo no estilo dos dois dirigidos por Chris Columbus, mais inocentes e coloridos - e se tem algo que CdF não é é inocente. E nem colorido: o tom geral é mais sombrio, seguindo a linha iniciada por Alfonso Cuarón no "Prisioneiro de Azkaban". E se inda havia alguma dúvida sobre o pano de fundo anti-nazi, a presença de um Barty Crouch fisicamente clonado de Hitler acaba com ela. Só me fica um pouco de dúvida sobre o público-alvo de Mike Newell: os não-iniciados não vão entender algumas citações soltas, e os aficcionados sentirão falta de muitas outras.
Mas o filme, aaaah, o filme! Tive que assistir duas vezes: na primeira uma lesma lerda chegou atrasada à sessão e ficou longos minutos procurando lugar... na minha frente!! Não contente e satisfeita por estragar minha visão de dois lindos Malfoys, ainda teve a pachorra de levantar e procurar outro lugar na cena da doninha albina. Argh! Vontade de mandar um Cruciatus nela! Como era suposto eu apreciar adequadamente o herdeiro de 900 milhões de qualquer-coisa com uma verme-cego plantada na minha frente?
A cena inicial acontece na mansão do pai de Tom Riddle, a cena em que o zelador surpreende a criatura que é o tio Voldie em reunião com Peter Pettigrew [Rabicho/Wormtail], Nagini [a serpente que o alimenta] e um Comensal da Morte até então desconhecido. Harry está com 14 anos na Toca, a residência dos Weasley, de onde partem todos para a charneca em companhia de Cedric Diggory e pai para a Copa do Mundo de Quadribol. A cena da chave de portal é exatamente como imaginei! E o acampamento, a tenda dos Weasley - a frase de Harry quando entrou na tenda resume tudo: "I love magic!" Fiquei triste porque a parte do quadribol foi muito pequeninha, era uma das minhas favoritas.
Aliás, perceberam que só deu apanhadores no filme? Dos quatro competidores do Torneio TriBruxo, pelo menos três são seekers: Harry, Cedric e Krum; sem contar Cho Chang e Draco Malfoy. Não sei se a Fleur joga quadribol - deve ter medo de quebrar as unhas...
Já em Hogwarts, adorei a chegada da comitiva de Durmstrang, navio *e* entrada no Salão Principal: a demonstração explícita de força, o Viktor Krum, a capoeira, o Viktor Krum, a cara de louco do Karkaroff, o Viktor Krum e... ah, eu mencionei o Viktor Krum? Ele pode não primar pela excelência intelectual, mas que fofo ele paquerando a Hermione, justamente uma devoradora de livros. A entrada de Beauxbatons, acho que já comentei antes, foi muito "coreografia de domingão do faustão" pro meu gosto. Uma coisa toscolina. Outra façanha de Newel foi humanizar Argus Filch, o squib [acho o "aborto" da Read Wyler tão cruel...] zelador da escola: naquela parte em que ele entra correndo e interrompe o discurso do diretor Dumbledore deu quase umas ternuras ni mim. E o canhão disparado sempre no momento errado... Esse foi o filme de Filch, e também o da Professora Minerva McGonagall. A aula de dança foi hilária! Só senti falta [só, hah. principalmente, na verdade] do Professor Severus Snape. Ele teve exatas três falas, eu contei. Teve também algumas cenas sem linhas - a do Salão de Estudos, quando um dos gêmeos mostra ao Ron como convidar uma garota para o baile, me fez chorar de rir! E o Ron, bem... Ron ainda tem a profundidade emocional de uma colher de chá e a sensibilidade de um legume, mas desta vez Hermione não acha muita graça nisso.
Agora que eles estão naquela fase linda dos 14 anos, então, a questão meninos & meninas foi um dos focos principais. Numa das listas de discussão nonde participo [não de HP], um garoto perguntou: "sim, como se supõe que a gente as convide para o baile se elas só andam em bando?" Mas as garotas também não os compreendem; na cena ni qui Harry e Ron fazem as pazes depois da tarefa do dragão, Hermione, Ginny e Angelina se entreolham e suspiram: "meninos".
O Torneio TriBruxo, aaaah, o Torneio TriBruxo! As tarefas ficaram igualzinho o que imaginei [menos o feitiço cabeça-de-bolha da Fleur e do Cedric na prova do Lago Negro]. No que a Bruna chamou de "Cedric-moment eu chorei, nas duas vezes. [E na segunda cantei junto a "Do the hippogriff" no Yule Ball.]
Das coisas que senti falta
Weasleys
Das várias coisas que eu senti falta no filme, os irmãos Weasley mais velhos eram os que eu mais queria ver.
Bill [Gui] é o desfazedor de feitiços do Banco Gringotes no Egito, o de cabelo comprido num rabo de cavalo e brinco de dente de [dragão? não lembro direito].
Charlie [Carlinhos] é o treinador de dragões que trabalha na Romênia, e deveria ter aparecido na cena em que Hagrid mostra a Harry sua primeira tarefa no Torneio Tribruxo.
Para o Charlie eu acho perfeito o Tony Curran [que é escocês, não inglês... mas serve, né?]. Ele fez o Homem Invisível da "Liga dos Cavaleiros Extraordinários" [não ajudou muito, eu sei]; o padre em "Blade 2" e tem um papel no "Beowulf & Grendel", que inda não estreou mas já tá na minha lista. A foto é do filme "O Vôo da Fênix", co Dennis Quaid. E ele é ruivo natural, até os cílios são ruivos. *pisc pisc*
Albus Dumbledore
"Hein? Comãssim? O diretor de Hogwarts está no filme!"
Nah, quem está no filme é Sir Michael Gambon. Ele pode até ser um ator fenomenal e coisa e tal, mas não é Dumbledore. Capaz até que seja um Comensal da Morte que tomou Poção Polissuco que esteja no lugar dele.
O Dumbledore verdadeiro é docemente patético, um professor que ensina bons valores sem deixar de apreciar uma boa brincadeira. Ele não grita e quando fala, suavemente porém com firmeza, todos param de falar para ouvi-lo, sem precisar apelar para o feitiço de amplificar a voz e nunca seria tão duro como na cena do sorteio do Cálice de Fogo, quando chegou muito muito perto de agredir Harry.
A gente sente o poder e a inteligência que o Dumbledore verdadeiro tenta ocultar, num estilo low profile. No filme anterior, o primeiro niqui Michael Gambon substituiu o falecido Richard Harris, não dava para perceber tanto a diferença, mas em GoF errou a mão feio...
Dark and Difficult times lie ahead, Harry. Now is the time that we must choose between what is right, and what is easy.
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