quarta-feira, maio 28, 2003

Quando era criança morria de medo de engasgar. Tudo começou quando estava numa benzedeira, boazinha ela até, e cometi esse erro, a água desceu pelo buraco errado. A mulher tascou-me a mãozona nas costas *pá!* e gritava "São Brás!" *cof* "São Brás!" *argh* "São Brás!" *guáááá* "São Brás!" a cada tapão.

Eu entendia "assombrais, assombrais" enquanto tentava sobreviver ao ataque - mas sobreviver pra quê? Se dali em diante eu ia ser assombrada toda vida! A imaginação é um dom maravilhoso. Junto com um ouvido doido, então!

Muito, muito tempo depois fui descobrir que São Brás é o santo padroeiro dos engasgados. Só um milagre de santo mesmo pra salvar os bofes daqueles tapas entusiasmados.

Ah, sim, não lembro por quê fui benzida, mas deve ter funcionado. Tou aqui.
;o)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Fazia tempo que eu havia reservado estas páginas de suas crônicas para ler num daqueles dias especiais. Mas especiais mesmo. De fato, não tenho compromissos, chove, faz frio e eu sigo a leitura com uma xícara de chá com limão, do jeito que eu chamo de especial. Qualquer cacareco de comentário que eu fizer daquí pra frente será banal, insuficiente e até redundante, já que gosto MUITO, mas MUITO mesmo de tudo o que escreve e descreve e não tenho um adjetivos justos para descrevê-lo. Para resumir, a leitura de suas crônicas me faz sentir como a Miss Marple, sentada na sua cadeira de balanço, de frente a um jardim florido e bem cuidado, tomando uma limonada nas tardes de verão, com o dedo preso na página do livro. E, de vez em qdo, soerguendo o olhar pensativo para o céu, como se viajasse nos seus dvaneios...(acho que estou envelhecendo...)

3 de fevereiro de 2009 às 11:14  

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