segunda-feira, fevereiro 24, 2003

Era uma vez um golfinho xadrez que vivia triste e solitário. Ele era discriminado pelo seu grupo de golfinhos xadrezes porque tinha três asas e seus companheiros tinham apenas duas asas.

O golfinho tri-alado tentou fazer amizade com outro grupo de golfinhos mas também foi discriminado porque este outro grupo tinha no dorso bolinhas coloridas e eles achavam o seu padrão xadrez muito sério.

O golfinho xadrez passou a acompanhar seu grupo à distância, mesmo acabrunhado. Golfinhos são seres gregários e não gostam de viver sozinhos. Enganava, assim, a si mesmo durante o dia e chorava durante a noite.

A Lua, compadecida, tentou lhe dizer que não ficasse triste pois havia no mundo outros golfinhos xadrezes com três asas e que ele poderia juntar-se a eles. Infelizmente esse golfinho não entendia a língua da Lua e durante muitas noites marinheiros viam, na água, o rastro perolado das lágrimas do golfinho.

Depois de pensar muito, a Lua e o Sol – que soubera da história por fofocas das andorinhas transparentes, as únicas aves que voam tão alto – decidiram falar a linguagem universal dos sinais.

Foi assim que surgiu o reflexo do Sol e da Lua na água do mar: é o caminho que os golfinhos xadrezes com três asas devem seguir para encontrar outros golfinhos xadrezes com três asas e viverem felizes para sempre.