quarta-feira, outubro 24, 2001

how to

Sempre soube que eu não levo jeito para o magistério. Deve ser porque quase sempre admirei os professores que passaram pela minha vida - meio paradoxal, não tente entender. Mas de repente passei a admirar ainda mais qualquer pessoa que se disponha a ensinar alguma coisa - especialmente as pessoas que escrevem tutoriais.

Sim: tutoriais, guias, passo-a-passo, How To's. É um trabalho chato ao cubo, isso, e tão necessário quantas sejam as pessoas que precisem de um. Quem redige um tutorial tem sempre que partir do princípio que a pessoa do outro lado não sabe nada - nem o básico, como a diferença entre um e dois cliques de mouse. Claro, imagino que quanto mais básico o programa a ser destrinchado mais básica também será a linguagem do próprio tutorial... Quem escrever sobre o AutoCAD não precisaria descrever o ato de salvar um projeto com a mesma riqueza de detalhes de alguém que escreva sobre o Word, por exemplo.

Desde que comecei a trabalhar com suporte ao usuário [de Internet, a princípio, e até de configuração de impressora, agora] passei a elaborar pequenos guias de configuração e uso de programas que enviava por email - exceto de Outlook, que passava por telefone mesmo. Deve ter sido nessa época que a voz começou a ficar rouca... Inocente, pensei que a [pequena] experiência ajudaria na hora de elaborar um passo-a-passo de verdade quando disseram que precisavam de alguns na página do provedor. Duas semanas. Foi o tempo que levei para esboçar [sim, esboçar] os tutoriais de Windows [!!!], ScanDisk e Defrag, Dial-Up, Internet Explorer, Outlook Express e McAfee VirusScan - tudo levando em consideração que já estejam pré-instalados pelo técnico/vendedor, o que facilita pra chuchu. Isso foi o pacote popular, modelo padrão de quem vai fazer uso dos guias [pelo menos é o que espero: que usem]. Nem quero pensar no tempo que vai levar o WinZip, o ICQ, o firewall... que precisam ser ainda baixados e instalados. Sim, sim, boa idéia, um tutorial sobre downloads - vou anotar aqui, antes de qualquer outro.

Então, pessoas, quando ligarem para o call center de qualquer empresa ou enviarem email para os SOS, por favor tenham um pouquinho de boa-vontade com os atendentes... A gente acaba por desenvolver mecanismos de auto-defesa e às vezes explicar menos/mais do que o necessário.